O mundo parou para Demi, embora a seu redor as pessoas
circulassem, chamassem umas às outras, se abraçassem e se beijassem, ajudassem
a empurrar os carrinhos com bagagem.
A família ficou surpresa e Sel gritou e esmurrou Nick
no peito.
—Não nos contou nada!
A mãe abraçou Nick novamente, sorriu para a futura
nora e a beijou no rosto. O pai também cumprimentou a moça e então ao filho.
Para Demi, o mundo se tornara cinza, os sons
chegavam abafados. Nick sequer notara sua presença. Estava atónita.
Finalmente, sentiu um aperto no braço, tão forte
que chegava a doer, mas no fundo agradeceu, porque a convencia de que ainda
podia sentir Joseph sussurrou-lhe ao ouvido:
— Quer que eu a tire daqui?
Sim, pensou ela, mas declarou o oposto:
— Não. Claro que não. Você... não cumprimentou seu
irmão ainda.
Joseph parecia sombrio, nada amistoso em relação
ao irmão recém-chegado.
—Nem você — observou. — Está disposta a isso?
Demi sentiu grande constrangimento e pânico.
Talvez fosse passar mal. Temendo abrir a boca novamente, apenas assentiu.
— Parece que vai desmaiar a qualquer instante —
advertiu Joseph.
Demi cerrou os dentes e forçou-se a responder:
— Não vou. — Prendeu a respiração na esperança de
imprimir cor nas faces.
O grupo ao redor de Nick aproximava-se. Joseph não
soltou Demi quando Nick os viu e acenou, abandonando o carrinho.
Demi esboçou um sorriso e forçou-se a respirar
novamente. Joseph já estendia a mão livre para o irmão, ganhando mais algum
tempo para ela.
— Oi, Nick — cumprimentou, sem grande emoção. —
Parabéns e bem-vindo ao lar.
—- Obrigado. - Nick deu-lhe um tapa amigável no
ombro — Você não mudou nada, Joe...
De trás dele, Sel olhava ansiosa para Demi. Finalmente Nick reconheceu aquela
que não era da família.
—Oi, Demi! Que gentileza vir a esta hora da manhã. Como está?
Abraçou ela, sem reparar que ela mantinha os braços ao longo do corpo.
—Precisa conhecer Giovanna...
Sem dúvida.
Demi recuou e quase colidiu com Joseph, o ombro contra o tórax amplo, mas ele nem se moveu. Sentiu-se escorada pela massa solida que era aquele homem.
Estampou um sorriso cordial no rosto ao se dirigir àquela que lhe roubara Nick.
— Prazer em conhecê-la.
— Igualmente. — Giovanna tinha um sotaque americano e sorriso genuíno. — Ouvi falar muito de você.
Como?, pensou Demi, frenética. O que Nick podia ter falado a seu respeito? Que era estupidamente apaixonada por ele desde a infância? Que imaginava que fossem se casar quando ele voltasse? Que se considerava a pessoa mais chegada a ele no mundo, depois da mae e da irmã?
— A melhor amiga de Sel — recordou Giovanna. — E colega de apartamento, certo?
—- E — murmurou Demi. Queria gritar, chorar... fugir. Mas o orgulho a mantinha composta, sorridente.
— E você deve ser Joseph — arriscou Giovanna. — O irmão mais velho. — Avaliou-o abertamente e pareceu aprovar. — Ele me contou tudo sobre a família.
— Mas ele não nos contou nada sobre você — rebateu Joseph Giovanna riu.
— Acho que queria fazer surpresa.
— Foi uma surpresa e tanto. - Joseph fez pausa. - Das mais agradáveis, claro. Espero que goste da Nova Zelândia.
— Estou ansiosa para ver tudo, e quero conhecer a todos também. Incluindo Demi, claro.
O complemento em tom gentil apenas destacara o fato de Demi não pertencer à família.
Os filhos de Miley subiram no carrinho, e uma das bolsas caiu. Giovanna foi ajudar a reorganizar a bagagem, e Demi viu a oportunidade de fugir.
Mas Joseph estava no caminho e a segurou pelo braço.
—Espere — ordenou.
Incapaz de impor sua vontade, Demi permaneceu imóvel enquanto ele trocava algumas palavras com os pais e Sel, que parecia preocupada com ela. Então, Joseph voltou para junto dela e a tomou pelo cotovelo.
—Vamos.
Ela não perguntou para onde iam, profundamente aliviada por sair daquele pesadelo.
— E Sel? — indagou, lembrando-se da amiga enquanto atravessavam o imenso saguão do aeroporto.
— Há espaço para ela no carro de meu pai, e ela não quer se separar de Nick. Isso é algo com que Giovanna terá de se acostumar... a proximidade dos gémeos.
E, claro, com Giovanna no banco traseiro, não sobraria espaço para Demi, aquela que não era da família.
Os pais de Nick esperavam que ele ficasse em casa, distante meia hora de Auckland, até se instalar. Certamente, não imaginaram que fosse aparecer com uma noiva, mas não teriam dificuldade em hospedá-la confortavelmente na casa enorme em que haviam criado a família... a casa que Demi conhecia quase tão bem quanto a sua, bem menor, que dividia com a mãe na vizinhança.
Demi inspirou o ar mais fresco do estacionamento. O céu cinzento começava a ficar azul, à medida que as nuvens se deixavam arrastar pelo vento.
Joseph abriu a porta do passageiro de seu automóvel de luxo e ajudou Demi a se acomodar. Não disse nada até se afastarem do complexo aeroportuário. Percorreram uma área de mata preservada é então começarem a ver construções novamente.
— Eu disse a meus pais que iria para casa depois. Já tomou o café da manhã?
— Café da manhã? —Demi ainda não conseguia raciocinar.
— Comeu algo? A maioria das pessoas se alimenta logo cedo.
— Não. — Ela e Sel tinham acordado excitadas demais para tomar o desjejum tão cedo.
— Nem eu — declarou Joseph. — Vamos parar no caminho.
Demi não discutiu, embora não sentisse fome. A exemplo aos irmãos mais novos dele, acostumara-se a obedecê-lo.
Já dentro dos limites da cidade, Joseph parou num restaurante, e pediram suco de laranja, torradas e panquecas. Ele obrigou Demi a tomar um café bem forte, quente e com açúcar.
— Assim está melhor — satisfez-se ele, depois que ela consumiu duas torradas, além da bebida. — Parece humana novamente.
— Nunca estou cem por cento logo cedo —justificou ela, apática.
Christopher compadeceu-se.
— Lamento muito, Demi.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Gostei de ver o Joe cuidando da Demi *----*
Coitada, o Nick foi insensível hein =/
Posta logo!
Beijos*
PERFEITO
o Joe cuidando da Demi tão Ownt *___*
Posta logo
Beijos
Oieeee flor!!!!
Nova seguidora
andei lendo aqui e sinceramente
AMEEEEEEEEEEEEEEEI
Por favor divulga o meu?
http://jemisummerlove.blogspot.com.br/
Obrigada
Beijemi
Postar um comentário